quinta-feira, 15 de outubro de 2015

12° Sessão: Gulthmere Resiste!

Local: Floresta de Gulthmere
Data: Mirtul 1372 CV
Jogaram: Jorge (Allucard), Ernandes (Súlivan), Allan (Uller), Dan (Martin), Felipe (Aslan).

Tar-Talantar
Depois do acontecimento inusitado, voltou-se à rotina embora perguntas pairassem no ar. Algum tempo depois, um cavalo desembestado surgiu no acampamento, depois de um dos líderes bárbaros o derrubarem, o cavalo, milagrosamente, se transformou num anão que afirmava ter respostas neste tempo de perturbação. Chegando o grupo para falar-lhe, ele disse, como quem nada quisesse, que havia visto Allucard na noite anterior, ao que o pirata respondeu com algum receio parcamente demonstrado. Perguntaram-lhe quais eram as respostas, mas antes disso foram chamar Maldris para ele ouvir o que quer que fosse. Chegado Maldris, o anão, de nome Aslan, disse que era o único sobrevivente depois da destruição completa de Eixo de Cedro e que em seus tempos de meditação na natureza, havia descoberto como aquele ser maligno queria sugar toda a vida da floresta, e já que Maldris via sinceridade nele, foi levado para a presença do próprio Riven, o druida.

Lá, Aslan disse que a única forma daquele ser conseguir seu objetivo nefasto é se acessasse os poderes das Pedras Guardiãs. Quando isso foi dito, tanto Maldris quanto Riven ficaram embasbacados, Maldris afirmou que pra ele as Pedras eram apenas mitos antigos, mas não era, de acordo com as meditações de Aslan, havia três delas no Sul, mas não sabia onde. As Pedras Guardiãs são resquícios de um tempo remoto de grande poder elemental, elas sozinhas já concedem poder para quem acessá-las, mas através de rituais, vários objetivos podem ser contemplados, como o objetivo dos Mãos Escarlata é completamente maligno, o ritual para sugar a floresta, haveria de ser de sangue, por isso Azner havia levado Uller. Era necessária mais pressa, pois estavam perto de chegarem ao objetivo.

NO SUL, alguns dias atrás, Azner voava invisível, viu a colina da esquerda, da direita e as muralhas da frente e de trás do acampamento do sul dos kobolds e, no meio, o palacete de Tar-Talantar erguido magicamente. Voou até a varanda do final da torre, desceu e entrou pela porta aberta no cômodo principal, lá, viu Uller acordado dentro do chão, só a cabeça sendo mostrada, e naquela sala suntuosa o próprio Tar-Talantar sentado num trono de ferro negro, com seus robes e armadura negros. Azner falou que entregava este jovem de muito poder para o ritual, e com isso queria se desfiliar da causa dos mãos escarlata para ir ajudar Thay neste momento difícil. Tar-Talantar tentou lhe convencer do contrário, pois já que Azner tinha fugido de Thay por contendas políticas para evitar sua morte não seria sábio e poderia retornar depois do ritual, mas já que o tempo antes de uma guerra eclodir em Thay era escasso, não poderia esperar que aquele que haverá de dominar retornar para poder ir a Thay, seria tarde demais. E então, Tar-Talantar, secamente respondeu ser "uma pena", mas já que Thay para ele não significava nada e que falta pouco para o ritual ser completo, por que em vez de um só, não ficar com dois? Azner percebendo suas intenções tentou agir primeiro, mas Tar-Talantar tinha do seu lado toda a energia maligna do sul, segurou o braço do mago vermelho e o quebrou, causando tanto sua inconsciência quanto a de Uller.

No acampamento dos nossos heróis, se reuniram com River depois de se prepararem para marcharem para o Sul, para a guerra, e lá Riven disse que a única forma dele conseguir barrar as energias malignas seria se ele se juntasse à marcha, pois no Sul a maldade imperava. Aceitaram todos a sua ideia e ele se desconectou das raízes e se mostrou muito mais velho que Maldris. Ele saiu de sua caverna e quando saiu no sol do dia, pareceu que todas as plantas da floresta se regozijavam com sua presença e os cheiros das flores voltavam a fazer parte daquele local maltratado pelos kobolds, todos ficaram maravilhados, principalmente Aslan que nunca tinha visto alguém com uma sintonia tão forte com a natureza. Sem que ele ouvisse, todos manifestavam medo por sua decisão, medo de que ele não resistisse àquela maldade, no entanto Maldris os confortou dizendo que Riven faria o melhor.

Seguiram viagem para o Sul, seria uma caminhada de três dias e meio. Conversaram bastante sobre o que lhes esperava, discutiram estratégias de combate, os bárbaros cantavam embora tivessem receio do futuro: todas as batalhas que lutaram contra os kobolds, haviam perdido. Allucard dizia para que Nameio, o líder bárbaro, tivesse calma quando visse seus inimigos, que não se descuidasse. Na noite do primeiro dia Maldris reuniu o grupo e Nameio e deu nas mãos de Súlivan o que Allucard logo entendeu como bombas de pólvora. Maldris disse que deveriam ser usadas no muro de toras de carvalho que impediriam a horda de avançar contra os kobolds, ele poderia com uma simples bola de fogo fazer esse trabalho, mas teria que se ausentar por alguns motivos. Ele disse que as bombas deveriam ser postas, o pavio principal aceso e que se afastassem o máximo, pois era muito perigoso. Isso dito, ele partiu na escuridão da floresta, deixando algum receio no ar: por que o mago os abandonaria nessa hora de medo? Será que viu que era uma demanda impossível a deles? Naquela noite não houve cantos.

Nos dois dias seguintes se livraram das armadilhas dos kobolds na floresta e elaboraram o plano de como seria mais rápido e fácil explodir as muradas de toras de carvalho de acordo com o que os bárbaros que lá já haviam lutado diziam, Na madrugada do terceiro dia, chegaram à ideia de que Súlivan iria furtivamente, Aslan se transformaria num rato e ficaria no seu bolso, o pavio acendido, ele se transformaria num cavalo e levaria Súlivan a todo vapor. Na manhã do quarto dia subiram a colina de Kar-Amarshan, mesmo de manhã não havia uma luz no céu, a magia negra ali era potente, e lá embaixo viram o acampamento com 400 kobolds a postos e a torre de Tar-Talantar há 100m de distância. Súlivan se posicionou, Aslan como rato entrou em seu bolso, os bárbaros começaram a cantar suas músicas mais forte que os trovões para procurarem força em seus antepassados e mostrarem aos kobolds que naquele dia elas seriam o sinônimo do medo. Relâmpagos começaram a se formar no céu e entenderam que se permanecessem muito tempo parados em um local a magia negra agiria muito melhor pois teria tempo de calcular com mais afinco. De modo que Súlivan foi furtivamente com sua velocidade normal, mesmo entendendo que seria algo desvantajoso para sua furtividade, mas dentro de seu coração, naquele momento, Súlivan encontrou seu espírito elemental e seus pés eram tão leves quanto os ventos de Shaundakul e durante todos os anos futuros, por gerações, os kobolds temerão e tremerão ao ouvirem como aquele homem pálido que cavalgava como e com o vento fez com que os muros fossem completamente explodidos: Súlivan conseguiu fazer exatamente como havia planejado e com maestria nunca antes vista nos campos de Kar-Armarshan.

Os bárbaros invadiram, todos esperavam que eles fossem como ondas batendo nas pedras, na imensidão de kobolds, mas eles tinham estratégias, enquanto dois batalhões batiam cara a cara, frente a frente, um iria pela diagonal esquerda, outro pela direita,  e os cavalos formando um triângulo invadiriam o meio do campo de batalha. Inicialmente, nos primeiros minutos de combate, foram bem, e mesmo com a investida kobold eles conseguiram segurar... Eles estavam tentando abrir caminho para os Bastardos Inglórios invadirem a torre de Tar-Talantar e diminuir o efeito da magia negra que ajudava os kobolds. Aberto o caminho até a torre, o grupo passou, não impunemente: todos foram um pouco feridos, na porta feita de obsidiana, com estátuas de um homem e um lobo na esquerda e na direita, Súlivan tentou quatro vezes abrir a porta e por quatro vezes falhou, fazendo com que as estátuas ganhassem vida e começassem a atacar, mas quando ele conseguiu abrir a porta, elas voltaram para seus lugares.

Lá dentro, mesmo as portas abertas e uma batalha acontecendo lá fora, pouco som estrava no palacete, Era tudo muito limpo, bonito e organizado, contrastando com a vida de fora dos kobolds. Havia vasos, estátuas, muitos cactos e no centro uma escada para cima. Subiram e era um aposento tão belo quanto o outro, mas havia a cozinha, um corredor com vários quartos e uma biblioteca, mas além disso, para a surpresa de todos, lá também estava o meio-demônio que saiu da bárbara na cremação, no entanto ele já estava um pouco maior que um kobold, estava com uma bela armadura e uma lança bem feita. Na esquerda havia uma grande janela que dava para ver lá fora, mas de lá de fora não dava pra ver lá dentro, e começaram a ver que os bárbaros estavam tombado pois os relâmpagos da magia negra no céu estavam agindo e o tempo era curto: Tar-Talantar deveria ser parado! Allucard gritou para irem todos, e ele luteria contra aquele demônio e o grupo foi, subindo uma longa escada, a maior, o druida ainda como cavalo teve dificuldades, entrou voltou a sua forma de anão, Nameio ia na frente, mas não era tão rápido quanto Súlivan. Allucard lutava contra seu filho, a criatura errava todos os golpes, ainda não havia crescido o suficiente, mas, no entanto, toda vez que Allucard acertava, era como se o couro demoníaco do ser resistisse àquilo, sendo pouco machucado pelos golpes que deveriam cortar seu braço.

Súlivan chegou no fim da escada numa outra porta de obsidiana, mas sem esforço algum, só com um movimento do seu kit de ladrão na fechadura, ela foi arrombada, entrando naquela Sala, ele viu alguns cactos, um belo tapete no chão, alguns quadros (o que mais chamava atenção era um onde havia um pai mais velho e dois filhos, acima do filho mais novo havia o nome "Tar-Talantír", do filho mais velho "Tar-Talantar" e do pai "Tar-Tarazhôn"), mas seus olhos logo se desviaram para o que mais chamava atenção no local: um trono de ferro negro retorcido e sentado nele o próprio Tar-Talantar com seu olhar duro e poderoso, ao seu lado duas espadas de duas mãos escoradas na parede, e então ele perguntou para Súlivan: "o que fará o vento ao se deparar com uma parede imóvel?" e Súlivan, inspirado: "encontrará uma outra forma de passar!". O inimigo nada respondeu, como se esperasse que os heróis provassem isso e com uma rapidez inimaginável ele lançou uma espada de duas mãos pegando fogo em direção a Súlivan, que se desviou, mas ela encontrou o peito de Nameio que caiu ajoelhado no chão. 

Lá embaixo, Allucard continuava na mesma situação, mas embora não fosse ferido, o demônio lhe fazia perder tempo. Já do outro lado, Uller acorda acorrentado, dentro de uma jaula fechada numa sala escura, mas o que mais lhe prendia era a energia maligna daquele local conjurada por Tar-Talantar, no alto da sala seu assecla diabrete vigiava tudo e do lado, numa situação tão ruim quanto a dele, o próprio Azner Zurtan. Uller começou a ouvir na sua mente alguém dizer que ele tinha uma energia forte dentro de si, uma energia... energia de alguém que se sacrificou por sua vida e que ele deveria se concentrar para encontrar esse poder em seu coração para livrá-los dali, então ele entendeu que quem falava com ele era o próprio Azner. Uller tentou se concentrar, mas em vão, sua mente estava perturbada por tudo aquilo.

O grupo começou a lutar contra seu inimigo, embora Tar-Talantar fosse muito forte e machucasse a todos com sua espada de duas mãos, duas espadadas furtivas de Súlivan e seis raios flamejantes de Martin lhe debilitaram bastante, ele se posicionou estrategicamente na porta da varanda, de modo que se alguém lutasse corpo a corpo com ele, só ele conseguiria e ainda daria cobertura para ele. E quem caiu na armadilha foi o próprio Nameio enfurecido vendo a face de seu maior inimigo, mas embora tivesse ferido o profano, Tar-Talantar lhe derrubou depois de alguns golpes. Mas caído o bárbaro, o grupo à distância começou a atacar ferozmente o inimigo, mas quando ele estava tombando, ele levantou sua espada para o céu e um raio caiu na sua cabeça, de modo que lhe curou quase todas as feridas. Foi uma surpresa para todos e o grupo começou a sofrer com os ataques do inimigo. Mas revidaram mais uma vez e Tar-Talantar sofreu com os ataques, Aslan desceu as escadas para ajudar Allucard que não necessitava de tanta ajuda como ele pensava. Tar-Talantar saiu na varanda, fez os mesmos gestos e o relâmpago lhe curou, mas ainda assim ele levantou as duas mãos para o céu largando a espada e começou a rezar mexendo os lábios rapidamente numa espécie de transe, vendo aquilo o grupo estremeceu como se prenunciasse alguma coisa ruim e todos desceram a escada, e lá encontraram Allucard e Aslan que a subiam após derrotarem o meio demônio, Allucard se enfureceu depois que contaram o que o inimigo estava fazendo, pois como se juntam num mesmo local? E se ele soltasse uma bola de fogo? Mas nada havia acontecido, chegando lá em cima testemunharam quatro demônios translúcidos surgirem em volta do profano.

Na prisão de Uller, ele ouviu a voz de Riven na mente lhe dando esperança e lhe mandando boas energias, e as energias de Riven se uniram com as que o sumo-sacerdote de Solonor havia depositado nele ao dar sua vida pela dele, e Uller sentiu poder, com pouco esforço ele destruiu as algemas, a jaula, tanto dele quanto de Azner, e fez o diabrete ficar sem poder ante sua presença. Ele abriu a porta, foi na sala onde estavam suas coisas e foram procurar a vitória na sala de Tar-Talantar.

Era uma magia poderosa esta de Tar-Talantar, pois quem chegasse perto dele era acometido com vários golpes energéticos desses demônios. O grupo sofreu, Aslan tombou e quando o grupo fraquejava ante seu poder o inimigo falou "A floresta cairá, desistam!", neste momento viram a figura incipiente de Maldris na colina da direita e quando ele levantou os braços uma luz poderosa vinha pela esquerda como o raiar do sol: eram os unicórnios sendo chefiados por um unicórnio voador que investiu contra os kobolds inspirando a todos. O grupo se inspirou, e embora sofressem os ataques, avançaram e o inimigo a ponto dele ir para varanda, mas o bruxo Martin, na hora exata, lhe lançou uma magia que lhe impossibilitava se curar e Tar-Talantar estremeceu pela primeira vez. Mas ele ainda tinha forças, fez os demônios se juntarem em apenas um, e começou a atacar os seus inimigos com muito ódio, ele fez Súlivan tombar, mas neste momento Uller chegou avançando contra ele, seus poderes fizeram Allucard tombar, mas vendo que tudo estava perdido, que havia subestimado seus inimigos, ele tirou a gema que ficava presa em sua testa e a quebrou, foi quando recebeu o golpe final mas quando também o palacete começou a desmoronar. Com muita dificuldade chegaram ao lado de foram e, então, depois da vitória sobre Tar-Talantar, a desconexão da maligna energia naquele local, a queda do palacete e a investida dos unicórnios, os kobolds fugiram para o sul.


GULTHMERE RESISTE!


Mas surgiu um problema: Azner Zurtan estava entre eles. O grupo, vendo que ele fez o que fez por seu povo e havia se tornado inimigo dos Mãos Escarlata lhe perdoou, mas os bárbaros que viram ele liderar kobolds nas batalhas anteriores, quiseram sua morte, e quando todos empunhavam seus machados ouviram no fundo uma voz fraquejante:

"Muitos que estão mortos merecem viver, muitos que estão vivos merecem morrer. Vocês podem lhes dar vida? Então não sejam tão rápidos em julgar a dele!"

Riven vinha apoiado em Maldris, pois havia perdido muito de sua energia naquela batalha tênue que havia enfrentado. Ouvindo essas palavras, os bárbaros desistiram da ideia. Mas Azner não tinha boas notícias e, de acordo com sua conexão mental com o inimigo, viu que ele teve medo daquele exército e que mesmo que não sugasse a energia de toda a floresta, ele iria começar o ritual de qualquer maneira naquele mesmo dia. Qualquer momento parado era uma derrota para Gulthmere. O local da última tribo era ao sul, fora da floresta, por isso Riven não sentia onde estava, era na montanha de Záhr-Mahádaz, sendo os campos antes dela onde estavam os exércitos inimigos protegidos e com o caminho bloqueado pelo Rio do Eixo que fazia uma bifurcação. Seria difícil.

Ouvindo isso partiram, mas cada passo para o sul era como mil agulhadas em seus corpos. Cada passo para o sul era dor e tristeza. O sul era a morte. Mas os bárbaros ao ouvirem de Azner que eles eram, agora, só cinquenta e os kobolds poderiam chegar a milhares, mas os bárbaros aceitaram que se pudessem morrer para fazer com que seus filhos vivessem mais um pouco valeria a pena.

Chovia torrencialmente. Depois de horas andando perceberam que para Riven aquilo tudo havia sido extremamente desgastante. Riven parou. Todos pararam. Ele olhou para todos longamente, se sentou no chão, se encostou numa árvore, tocou nas gramas do chão como uma criança maravilhada... Todos entenderam o que estava acontecendo naquele momento, e muitos choraram sabendo que as lágrimas se esconderiam na chuva. Se aproximaram dele, ele entregou uma bela gema para que se lembrassem dele a Uller e, com voz fraca, falou:

"Esse ser contra qual lutamos já investiu contra Gulthmere antes, mas o próprio Nobanion o venceu, embora para isso teve de se separar em três: seu lado bom foi morto, seu lado leal tombou, no entanto seu lado apegado à natureza continuou. Mas agora deverá ir. Resistam, meus filhos. É chegada minha hora.

Eu vi a face de Lorde AO quando me criou. Eu vi incontáveis galáxias longe daqui. Vi os portões de Betelgeuse se abrindo. O milagre da vida. Mas... agora... tudo isso se perderá... como lágrimas se perdem na chuva."

Todos os bárbaros se ajoelharam. O grupo se ajoelhou, até Allucard. E ali, entre amigos, em seu lar, Riven, o último resquício de Nobanion no mundo, se foi.


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